Henrique VIII e Thomas Cranmer: uma Reforma e dois Modelos
Victor Hugo de Oliveira Marques
INTRODUÇÃO
O presente texto é um ensaio sobre os inícios da
reforma na Inglaterra. Ele apresenta e defende a seguinte tese: a reforma
inglesa não possuiu um reformador, mas, desde seu início, seguiu um tom de
“via-média” composto pelo catolicismo de Henrique VIII e o reformismo de
Cranmer.
HENRIQUE VIII: REFORMA?
Nos 26 anos de reinado de Henrique VIII, sua majestade foi assim
descrita:
[...] em paralelo às admiráveis
atividades físicas e intelectuais, o soberano logrou construir uma reputação
ferina, exclusiva de um tirano vaidoso, dominador, excêntrico e inseguro, que
persegue e castiga com veemência e crueldade aliados e oponentes em igual
medida. Um verdadeiro leão bufante, para traçar um paralelo com outro brasão da
realeza britânica (LEPIANI, s.d., p.01)
Educado
para uma carreira clerical, por ser o terceiro rebento de Henrique VII,
Henrique VIII não teve uma preparação para ser o sucessor de seu pai. Uma morte
prematura de seu irmão mais velho (1502) o fez, com apenas 10 anos, assumir a
sucessão ao trono. Sete anos depois da morte de seu pai, Henrique recebeu uma
autorização para se casar com a viúva de seu irmão, a princesa Catarina de
Aragão e assumir, de vez, o pesado fardo de rei da Inglaterra. Segundo esta
nobre de origem espanhola, seu falecido marido, o príncipe Artur, era “doente
demais para fazer qualquer coisa no leito real” (apud LEPIANI, s.d., p.01).
Este fato, a não consumação do matrimônio, possibilitou, mediante uma
autorização, o seu matrimônio com jovem Henrique. Porém, este fato também desencadeou
o início do processo de distanciamento definitivo entre as práticas de fé
inglesa e as romanas, pois foi com base na ilegalidade desta autorização que
Henrique VIII, já soberano inglês, recorreu mais tarde ao tribunal do Santo
Ofício para anulação de seu matrimônio[1].
Mas o
que levou sua majestade a requerer a anulação de seu primeiro matrimônio? As
más línguas diziam que, apesar de ser hipocondríaco, ele sofria com um sério
problema de impotência sexual. (LEPIANI, s.d.) Por outro lado, o fato evidente
é que ele não havia tido um filho do sexo masculino a quem poderia deixar o seu
trono. O problema da sucessão é um tema muito recorrente no Medievo, já que o
modelo político monárquico assim o exigia. Seu pai, Henrique VII, teria passado
muito tempo pacificando as disputas internas pelo trono e subjugando-o à
dinastia Tudor em 1485 (LEPIANI, s.d.). Na mentalidade medieval de Henrique
VIII “estava atuando uma
considerável preocupação com o destino da nação inglesa. Para tanto, o
requisito necessário seria uma monarquia forte, e povo educado e independente
do domínio estrangeiro” (TAKATSU, s.d., p.06). Deste modo, sob uma perspectiva contemporânea (aos nossos
olhos) o problema da sucessão pode parecer banal demais para um rei iniciar uma
Reforma e fazer tudo que fez. Contudo, este julgamento anacrônico pode ser
totalmente improcedente se olharmos para os “pitis” que damos quando o whatsapp é bloqueado pela justiça. Se os
medievais pudesse nos observar e ver como somos infantis quando ficamos sem
internet, talvez eles falariam o mesmo de nós.
Mutatis mutandis, a questão é que o tema
da sucessão é um verdadeiro peso para um rei medieval que quer se estabelecer,
assim como é um peso para o “irrepreensível” e “imparcial” juiz de Curitiba não
conseguir prender o Lula.... Cada um com seus problemas! A questão é que a
troca de favores que pedia o “leão bufante” britânico aos “santos” de Roma, em
especial ao Sumo Pontífice Clemente VI, não é algo estranho às práticas das
realezas medievais, seja ela mundana ou religiosa. Independentemente do gládio
(religioso ou civil), a realeza medieval vivia de “favores”, não muito distante
de nós hoje. Porém, desde a Guerra dos Cem anos (1337-1453) que Roma e Inglaterra
se estranhavam nestas trocas de favores, pois a nobreza católica, agora
localizada em Avignon por causa de o Cisma do Ocidente, estavam muito mais
próximos dos franceses que dos ingleses, impedindo, por exemplo, o cardeal
Wosley de ser papa por um voto, ganhando um francês. Outro componente deste
afastamento estava nos problemas doutrinários, como o de John Wycliff, e
comportamentais (excesso de luxo) do clero inglês (PINTO, s.d.).
Neste
sentido, se se compreende a práxis político-religiosa no medievo efetuada por
aqueles que estavam a frente do poder, vivia-se uma constante ruptura de pactos
incitados pela nobreza romana no que diz respeito às relações internacionais.
Roma, na pessoa do Sumo Pontífice, que se arrogava como a dona da justiça e
doadora dos poderes políticos por ser a legítima representante de Deus,
oscilava em seus interesses autárquicos e imperialistas, disponibilizando
conflitos e disputas de interesses e negociatas com o céu. No caso de Henrique
VIII, por exemplo, sua Santidade pede que o cardeal Wosley retarde o processo
de anulação do matrimônio uma vez que Catarina de Aragão é tia de Carlos V,
imperador do Sacro Império Romano-Germanico. Este modelo de governo
político-religioso promovido por Roma era padrão para as práxis religiosas
medievais, cujos clérigos eram senhores feudais e o episcopado, grandes
aristocratas. Em outras palavras, o modelo eclesiológico vivido no Medievo
tinha como mote a perspectiva política da época e reproduzia na paróquia aquilo
que a Sé Vaticana produzia no Estado, na medida em que o jogo de poder dos
papas e dos reis, em favor deste ou daquele, dependia sempre de interesses
conjunturais (TAKATSU, s.d.)
Se, como
foi dito: “... a Reforma na Inglaterra [...] foi um ato de Estado” (POWICKE,
1967, p.20 apud PEREIRA JUNIOR, 2003, p.11), a pergunta é: o que não era ato de
Estado neste período? Se se compreende que toda e qualquer ação para ser levada
adiante no final do medievo deveria ser assumida politicamente, a leitura da
reforma inglesa deve ser revista. Não se nega a importância dos Tudor’s para o
“ato de Supremacia” e a fundação da chamada Anglicana
Ecclesia, porém não se pode negar também o apoio político que tanto Lutero
e Calvino tiveram que ter para que suas “contendas e birras teológicas”
pudessem ser repercutidas. Como pano de fundo da Reforma, seja ela inglesa ou
não, estavam os descontentamentos político-sociais cometidos pela “Infame”
(nome dado por Voltaire à Igreja de Roma no século XVIII). E isto é fato.
Assim, não existe Reforma Protestante
sem um quadro político-social que a permitisse. A grande diferença entre a
Inglaterra de um lado e a Alemanha e a Suíça de outro é que na segunda as
mudanças políticas vêm acompanhadas de uma leitura teológica e na primeira a
mudança teológica veio acompanhada da roupagem política. Com efeito, nenhuma
reforma existiria se não se deparasse como as questões políticas presentes e promovidas
pelos excessos de Roma. Aliás, foram estes excessos no campo político-social
que levaram tanto Lutero quanto Calvino a se rebelarem teologicamente. Isto
porque o século VI recebeu uma herança de mil anos de construção
sócio-político-ideológica de uma Teocracia que tinha como base a famosa obra A Cidade de Deus de Santo Agostinho.
Em síntese, os interesses de Henrique
VIII eram sim reformadores, na medida em que sua visão de estadista compreendia
que os interesses religiosos de Roma já não mais representavam a Teocracia
defendida pela Cristandade, e sim, se tornara um modelo parcial de governo
teocrático que já não mais dava conta de justificar suas ações na ideologia do
direito natural. A ruptura com Roma, não é apenas uma decisão embasada na
vaidade pessoal de um rei considerado pelo povo como impotente sexualmente.
Para além disto, indicava que a Cristandade dava indícios de sua falência e
suas justificativas já não conseguiam mais fazê-la ser um modelo irrepreensível
da Jerusalém Celeste. A Reforma Inglesa, não é apenas a fundação da Anglicana Ecclesia, mas é o nascedouro
de um modo de ser Igreja na aurora de um novo tempo: a modernidade.
CRANMER: REFORMADOR?
É óbvio
que sozinho sua majestade, o “leão bufante”, rei Henrique VIII, nada pôde
fazer. Outros sujeitos foram necessários neste cenário de Reforma. Uma peça não
se faz sozinho, ainda que seja um monólogo, é necessário que outros atores
existam por detrás das cortinas dando suporte ao espetáculo que não pode parar.
Se, como dito acima, a Reforma Inglesa, foi encampada com uma roupagem política
– e nada menos que uma roupagem real – o dado teológico da Reforma Inglesa
muito se deve, a partir das aberturas políticas dadas por sua majestade, ao
bispo Thomas Cranmer. Também é “óbvio ululante” que a tanto a Inglaterra quanto
a Escócia já recebiam influências da Reforma advinda do continente (TAKATSU,
s.d.; PEREIRA JUNIOR, 2003). Estas, aparecerem quando a partir de 1520 as
doutrinas de Lutero chegaram até a Universidade de Cambridge.
Graças
ao trabalho de Gutemberg que as ideias de Lutero puderam ser difundidas. Estas,
ao chegarem em Cambridge, foram objeto de interesse de um grupo de estudiosos
que as discutiam na Taverna Cavalo Branco. Entre eles estavam Cranmer. Contudo,
em 1521, Henrique VIII havia proibido a entrada de obras luteranas na
Inglaterra e as que haviam chegado foram queimadas nas proximidades da Catedral
de St. Paul em Londres sob a supervisão de um dos cardeais mais odiados da
Inglaterra, o Cardeal Wolsey. Neste período, Henrique VIII é condecorado pelo
Papa Clemente VI como “Defensor da fé”. Ironia ou não do destino, um admirador
de Lutero foi chamado pelo rei, em 1533, a ser Arcebispo de Cantuária, depois
da morte de William Warham para ajudá-lo no seu caso com Catarina de Aragão. Em
maio deste mesmo ano Cranmer declara anulado o casamento de Henrique e válido o
secreto matrimonio que sua majestade havia contraído.
Para
Cranmer, que teve fortes influências das teses de Lutero e Erasmo, a Reforma
era uma urgência e seu prestígio real o ajudou a implementá-la. Em princípio, o
neo-arcebispo manteve o plano político das reformas iniciadas por seu rei,
quando este anula o matrimonio de Henrique com Catarina, abrindo, assim, uma
ruptura explícita com o papado. Porém, esta reforma não poderia apenas
permanecer no plano político e das relações internacionais, senão deveria ter
uma implicação prática, e não apenas para seu rei, mas para toda a Inglaterra.
Ao contrário de Lutero e Calvino, Cranmer não escreveu grandes teses
teológicas. Isto não significava que sua preocupação não fosse também a reforma
teológica. Para Cranmer as mudanças deviam ser no plano prático, muito mais que
no teórico. Inspirado pelos grandes reformadores, Cranmer inicia sua reforma
pelos estudos bíblicos, quando este ajuda a publicação da versão inglesa da
Bíblia em 1540 (CALVO, 2010, p.03).
Posteriormente,
com a morte de Henrique VIII e a entrada de seu filho Eduardo VI (1547) ao
trono, Cranmer dedicou-se ao estudo da liturgia e em 1549 lança a primeira
versão do Livro de Oração Comum que foi revisado e publicado sua segunda edição
em 1552. Mais adiante apareceram a revisão das leis canônicas conhecidas como
Reformatio legum ecclesiasticarum e os Quarenta e dois artigos que foram
reduzidos a Trinta e nove anos mais tarde. Com efeito, para compreender as
intenções de Cranmer em projeto reformador, nada mais útil que comparar as duas
primeiras edições do LOC. Conforme Wohlers (s.d.), o LOC não foi criado “in a
vacuum”, mas teve como fontes de inspiração: primeiramente, e a principal, o
Rito de Sarum (uma liturgia latina
desenvolvida em Salisbury no século XIII e amplamente usada em toda a
Inglaterra); o Breviário Romano reformado pelo cardeal espanhol Quiñones; e as
obras sobre doutrina e liturgia de Hermann Von Weid, arcebispo de Colonia. Um
ano antes da publicação do primeiro Prayer-Book
of Edward VI, Algumas mudanças já haviam sido feitas como atesta Gloucester
(1910): a leitura do Evangelho e das Epístolas em inglês, a oração das
Completas na Capela Real toda em inglês, a publicação do primeiro livro de
homilias, e o compartilhamento da taça de vinho aos leigos. Estas reformas,
porem, apenas foram incluídas em um suplemento litúrgico chamado “Ordem para a
Comunhão” em 1548.
A
primeira edição do LOC procurava devolver aos ritos sua originalidade e sua
catolicidade, pois ele continha antigas liturgias da Igreja condensadas,
simplificadas, purificadas e publicadas em inglês (GLOUCESTER, 1910). Afirma
Cranmer (apud LOC, 2015, p.15-16):
Se fossemos pesquisar entre os
anciões, descobriríamos que os primeiros textos escritos foram estabelecidos
com bons propósitos [...] pois eles exigiam que toda a Bíblia [...] fosse lida
uma vez ao longo do ano [...]. Mas com o passar dos anos essa ordem divina e
digna dos nossos ancestrais foi [...] alterada, quebrada e negligenciada, pela
complementação de histórias incertas, legendas, responsos, versos, vãs
repetições, comemorações e sínodos [...]. Além do mais [...] o culto tem sido
em latim – línguas que o povo não entendia. [...] Considerando essas
inconveniências, apresentamos aqui uma ordem reorganizada para a leitura. [...]
foram cortados Hinos, Responsos, Invitatórios e outras coisas semelhantes que
quebravam o curso contínuo da leitura das Escrituras [...] portanto seguem
seguem umas poucas regras, que são claras e fáceis de entender [...] que agrade
muito a mente e o propósito dos nossos pais na fé [...].
Porém, a segunda edição de 1552
pretendia aproximar ainda mais esta liturgia do Protestantismo. De acordo com
Wohlers (s.d.), várias mudanças ocorreram, entre elas: [1] acréscimo das
sentenças introdutórias, Exortação, Confissão e Absolvição nos ofícios da Manhã
e da Tarde; [2] acréscimo ao oficio de comunhão do Decálogo, a omissão do Introit, uma nova oração consacratória
foi colocada e reorganização de partes do ofício; [3] o ofício de comunhão foi
alterado para deixar ambígua a tradicional doutrina católica da presença real
de Cristo nos elementos; [4] o exorcismo, a unção o crisma e a tripla imersão
foram omitidas no ofício do Batismo; [5] o uso de reservas de sacramentos foram
deixados para as visitas aos doentes; [6] o ofício dos moribundos foi
drasticamente encurtado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
partir do que foi discutido acima, dois modelos de Reforma se encontraram ao
mesmo tempo na Inglaterra do século XVI. Por um lado Henrique VIII, católico
conservador que procurava, mediante uma reforma político-religiosa, questionar
e ao mesmo preservar o modelo eclesiológico da Cristandade. Por outro, Cranmer,
com fortes influências protestantes, procurava aprofundar a reforma
prático-teológica mediante as intuições reformadoras do resgate da bíblia e de
uma maior acesso do povo ao culto. O primeiro procurou uma reforma teológica
com uma roupagem política, questionando a universalidade do alcance político do
papado, mas conservando a práxis doutrinal desta mesma tradição. O segundo
procurou uma reforma política com roupagem teológica, modificando os usos e
costumes cúlticos da Igreja na busca por uma originalidade perdida, mas sem
deixar as novidades reformadoras e os costumes do presente como o ethos inglês.
Em
linhas gerais, o início da reforma na Inglaterra não foi baseada na
radicalidade da destruição do passado, como pôde ser percebido no decorrer do
movimento protestante, nem uma apologia anacrônica do passado não se atendo aos
movimentos da dinâmica da vida moderna. Em outras palavras, Henrique e Cranmer,
concomitantemente deram à reforma inglesa um “tom de via média”, cada um a seu
modo, o primeiro mais católico-conservador e o segundo mais
protestante-progressista.
REFERÊNCIAS
CALVO, W. Cranmer,
Thomas (1489-1556), 2010. [On-line]. Disponível em: http://www.iglesiapueblonuevo.es/index.php?codigo=bio_cranmer&movil=1. Acesso em 19/02/2017.
GLOUCESTER, E. C. S. Introduction. In: ____. The First and Second Prayer-Books of King
Edward the Sixth, JM Dent &
Sons, London, 1910. [On-line]. Disponível em: http://justus.anglican.org/resources/bcp/1549/BCP_1549&52_Intro.htm. Acesso em 19/02/2017.
LEPIANI, G. (Ed.). Amor, poder, fé e morte. Veja na História, s.d. [On-line]. Disponível
em: http://veja.abril.com.br/historia/henrique-viii-ana-bolena/furia-vaidade-rei-impressao.shtml.
Acesso em 19/02/2017.
LIVRO DE ORAÇÃO COMUM. Porto Alegre: Igreja Episcopal
Anglicana do Brasil, 2015.
PEREIRA JUNIOR, I. L. “A mensagem que arde como fogo...” William Tyndale, tradutor da
bíblia na Inglaterra dos Tudor’s. 2003, 50p. Dissertação – Universidade de
Brasília. Brasília, 2003. Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/historia/reforma_monografia_isaias.pdf. Acesso em 19/02/2017.
PINTO, T. Igreja anglicana e a reforma na Inglaterra. História do mundo, s.d. [On-line].
Disponível em: http://historiadomundo.uol.com.br/idade-moderna/igreja-anglicana-e-a-reforma-na-inglaterra.htm. Acesso em 19/02/2017.
TAKATSU, S. Os
começos do anglicanismo. Centro de
Estudos Anglicanos, s.d. [On-line]. Disponível em http://www.centroestudosanglicanos.com.br/bancodetextos/historiadaigreja/os_comecos_do_anglicanismo.pdf. Acesso em 19/02/2017.
WOHLERS, C. The book of Common Prayer – 1549. [On-line]. Disponível em: http://justus.anglican.org/resources/bcp/1549/BCP_1549.htm. Acesso
em 19/02/2017
WOHLERS, C. The second prayer book of Edward VI. [On-line]. Disponível em: http://justus.anglican.org/resources/bcp/1552/BCP_1552.htm. Acesso em 19/02/2017
[1] “A alegação consistia em que Catarina era a esposa do irmão de Henrique
e com a morte do irmão, Arthur, (1502) a família obrigou-o aceitar o levirato
(a lei levítica), com a dispensa especial do papa Júlio II, porque não deixaram
nenhum filho. Muitos casamentos na época, foram anulados pelo mesmo motivo. Mas
por volta de 1531, Clemente VII ficava engavetando o pedido de anulação, pois
Catarina de Aragão era a tia de Carlos V da Alemanha. No jogo dos poderes,
seria temerário enfurecer esses poderes. Assim, uma mensagem foi enviada para o
Arcebispo Wolsey para não apressar o processo” (TAKATSU, s.d., p.07).
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