Celebração Inter-religiosa de Ramos

No dia 09/04, a Comunidade da Acolhida deu início à Semana Santa (Vide Programação) com a tradicional Celebração de Ramos. Contudo, esta celebração - que tem por finalidade entronizar os Mistérios Pascais - pôde ser vivida em nossa comunidade com uma alegria especial. Do mesmo modo como 2017 anos atrás, em que pessoas de diversos credos e diversas localidades reconheciam Jesus como "o Filho de Davi" e gritavam "Hosana nas alturas", assim também, hoje, pessoas tão diversas quanto aquelas ainda gritam "Hosana, Filho de Davi!".

Em nossa comunidade, além de nossos queridos membros, tivemos a ilustre presença dos irmãos e irmãs da comunidade Umbanda Tenda da Vovó Catarina e Pai Benedito, a convite do Prof. Antônio Lino. Em um momento de bastante comunhão e respeito inter-religioso, umbandas e anglicanos celebraram a verdadeira realeza de Jesus: um Deus que se fez homem para comungar com toda a humanidade, independente de seu credo, cor, etnia e posição social. 

Na pregação, o Rev. Hugo lembrou que Jesus é aquele que deve ser saudado pela sua capacidade de compartilhar e comungar com os diferentes, e é isto que compõe a sua realeza e divindade. Lembrou também que a Semana Santa deve nos fazer pensar não apenas no sofrimento de Cristo, que não foi maior que os sofrimento das crianças Sírias bombardeadas pelos EUA, pelos irmãos cóptas assinados por ataques islâmicos e pelos irmãos de terreiro que são mortos em todo país por ignorância e preconceito religioso. Também convidou a todos a pedir perdão pelos abusos do cristianismo, impondo aos nossos irmãos negros nosso crença, desrespeitando sua religião originária. Com tais gestos, Mãe Janice de Iemanjá agradeceu a todos da comunidade pela oportunidade que quebrar as barreiras do preconceito e mostrar que Jesus não é apenas um Deus cristão, mas uma divindade da Inclusão. 

Ao final, todos comungamos no mesmo cálice e reconhecemos que a unidade é ainda um desafio para qualquer religião e que só há sentido gritar Hosana, Filho de Davi, se depois não gritamos: "crucifica-o!". Abaixo alguns momentos deste encontro.